Acessibilidade: porta para a inclusão

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Adeus degraus

Adeus, degraus: entrada adaptada para ser acessível a morador

por Leandro Carabet

A novela “Viver a Vida” está provocando discussões sobre o tema da acessibilidade para os deficientes. A personagem Luciana, que usa cadeira de rodas, retrata a falta de preparo da sociedade para conviver com essas pessoas: faltam rampas, guias rebaixadas, respeito e paciência.
Para Gérson Nascimento, a situação é complicada. “Se as pessoas que não são deficientes já têm poucas oportunidades na vida, imagina os que são deficientes!”
Durante uma visita à comunidade, o NJSR deparou-se com uma van do Atende (Atendimento Especial da SPTrans), a qual aguardava Willian Rabelo, que usa cadeira de rodas, para levá-lo ao trabalho. O motorista Ailton dos Santos, no Atende há cinco anos, afirmou que é muito gratificante conviver com os deficientes e prestar esse serviço. “Dessa convivência, aprendi a ser mais calmo e compreensivo. Minha cabeça mudou, é uma honra poder trabalhar com a acessibilidade.”

Várias opiniões

Enquanto se acompanhava o embarque de Willian, o morador Antonio Batista afirmou que pessoas com deficiência deveriam ficar em casa e receber um salário da prefeitura. Ao ouvi-lo, Maria Elma Rabelo, mãe de Willian, discordou: “Os deficientes têm mais é que ser vistos! Meu filho é um vencedor, trabalha até em uma editora. Quantos por aí têm braços e pernas e não fazem nada na vida?”
Maria Aparecida, que também observava o embarque, disse que não há espaço para a passagem de cadeiras de rodas e que o lixo bloqueia o caminho. “A prefeitura tinha que ter medido a calçada antes, agora é tarde demais! Quebrar tudo e refazê-las seria impossível.”
Apesar de apresentarem diversas opiniões sobre o tema, os moradores concordam em um ponto: na verdade, é a nossa sociedade que ainda está deficiente quando o assunto é acessibilidade.

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