Beijo entre mulheres na novela desperta polêmica na SR 

Abril de 2015

A homossexualidade, prática sexual entre pessoas do mesmo sexo que se envolvem física e emocionalmente, é registrada desde a Antiguidade. Porém, ainda hoje, este comportamento é visto de forma polêmica e questionável em nossa sociedade. No dia 16 de março, pudemos verificar as reações do público ao primeiro capítulo da novela “Babilônia”, da Rede Globo, que deu espaço ao beijo lésbico protagonizado pelas atrizes Fernanda Montenegro e Nathalia Timberg.

Origem da discussão

Colhendo opiniões a respeito da orientação homossexual na comunidade, nossa equipe de reportagem ouviu muitos moradores. Alguns afirmaram que é uma opção pessoal, espontânea, influenciada por experiências culturais e convivências sociais, como preferências por atividades que, teoricamente, não destinadas ao sexo oposto, ou casos de abuso sexual e desilusões amorosas.

Adotando uma postura diferente, outros disseram que esse comportamento é como uma doença em decorrência de desregulação hormonal, e que, então, poderia ser curada com o uso de remédios. Foi falado também que a homoafetividade seria um desvio de caráter, um vício que pode ser reparado caso forem seguidas as escrituras sagradas. Ainda sobre isso, houve os que se mostraram indiferentes a orientação sexual do próximo, sendo a boa índole e dedicação ao trabalho as características consideradas essenciais para todo e qualquer cidadão.

No entanto, para a maioria, esta expressão da sexualidade é considerada fora dos padrões de comportamento.

Em busca de tolerância

A cena do beijo lésbico da telenovela foi vista pelos moradores como vulgar, desnecessária por ter se tornado tão pública pela televisão. Sobre isso, Robson Souza, professor de música no Circo Escola, comentou a recepção da população brasileira perante a atuação “Não temos cultura, não estamos preparados pra esse tipo de imagem. Tem que se instruir. Tem que conquistar aos poucos”. Nesse caso, acredita-se que intervenções governamentais educativas sejam um passo fundamental para vencer a intolerância e violência vivenciada por LGBTs no Brasil, nação com mais mortes por homofobia no mundo, 44% do total, 80 vezes maior do que o número registrado no Chile.