Mesmo após muita insistência do jornal, a Prefeitura afirmou desconhecer o problema

09/05/2015

Carla Monteiro e Helena Mega

Já há alguns anos que os moradores da Rua Pires Brandão sofrem com um problema antigo da comunidade: o lixo e o esgoto que correm no Riacho Doce.

O sãorremano Paulo, morador da comunidade há 30 anos, disse ao Notícias do Jardim São Remo que convive com o problema há tempos.No entanto, a Prefeitura nunca tomou a iniciativa de canalizar o riacho, apenas realiza limpezas periódicas do local: “Os funcionários da Prefeitura, de seis em seis meses, vem aí e limpam o rio todinho. Eles cortam o mato, tiram o lixo e deixam o rio limpinho,” afirma.

Paulo ainda contou que seu filho, ainda pequeno, foi contaminado com uma micose ao entrar no riacho: “Meu filho sofreu mais de três meses com a doença. Na minha opinião, o correto é esse rio ser canalizado,” defende.

Os moradores da região são prejudicados também quando chove, pois o rio transborda e alaga os arredores.

A equipe do NJSR entrou em contato com a subprefeitura do Butantã, mas esta não se pronunciou e transferiu a responsabilidade para a Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras (SIURB). A SIURB enviou um relatório com várias obras que estão sendo e que serão realizadas na região do Butantã, mas no texto não consta o projeto de execução da canalização do Riacho Doce. Para o departamento, a possível realização da obra envolveria o trabalho conjunto com outras Secretarias por conta das moradias irregulares.

A Secretaria Municipal de Habitação informou que, em 2013, removeu cerca de cem famílias da beira do Riacho e enfatizou que “as remoções foram feitas por se tratar de uma área de risco e não para que se dê nenhum início de obras”.