Projeto mapeia riscos habitacionais

Moradias precárias e em áreas de encosta passam por plano de reconstrução em lugar adequado

Dentro de um projeto que visa à erradicação de moradias de risco em São Paulo, a prefeitura, durante o ano de 2010, realizou um projeto de mapeamento das áreas de risco associados a escorregamentos em áreas de encosta e solapamento de margens de córregos da cidade, em parceria com o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), entidade da USP. Ao todo foram consideradas 407 áreas de risco), dentre as quais a comunidade São Remo foi incluída.

As ações para esse trabalho foram realizadas em quatro etapas, que dividiram as áreas pesquisadas em quatro graus de risco (leia sobre mais sobre os resultados do mapeamento no infográfico ao lado). Mas não foi possível descobrir detalhes sobre cada espaço considerado, porque as informações fornecidas pela prefeitura na internet não estão completas.

Em entrevista ao NJSR, o representante do IPT Eduardo Soares de Macedo, responsável pela pesquisa na São Remo, afirmou que as informações coletadas foram repassadas para a prefeitura e para a secretaria das subprefeituras. O IPT foi responsável somente pelo mapeamento, e deu apenas algumas sugestões de solução de problemas, como a manutenção de esgotos, e o gerenciamento dos habitantes do local. Sobre a São Remo, ele disse que a situação mais grave é a do Riacho Doce.

Problemas em áreas de risco

Além das péssimas condições de saneamento e do risco de contração de doenças pela água, viver em áreas de manancial traz o perigo das enchentes e desabamentos, como ocorreu em fevereiro de 2011. Segundo Givanildo Santos, vice-presidente da associação de moradores, as 104 famílias ainda recebem o benefício, mas muitas ainda estão próximas ao Riacho Doce, área considerada de risco.

Já outros não receberam o auxílio por não terem suas habitações atingidas, e ainda vivem em condições de risco. Há casas de tijolos, mas com uma única pilastra de sustentação, fincada no curso do Riacho Doce. Como se não bastasse essa situação preocupante, ainda existem moradias de madeira, mais frágeis. Luciene Paiva, que mora junto ao córrego há quatro anos, é uma das moradoras que não recebem a assistência, e disse que as informações sobre o assunto não são precisas. Alguns dizem que irão retirá-los do local, porém nenhum representante oficial foi até lá esclarecer qualquer projeto.

Por Gabriely Araujo


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