Rotina Transformada
A notícia do convênio entre USP e SPtrans deixou muita gente intrigada. A substituição do Circular gratuito para todos pelo Circular
Cultural e pelos ônibus gratuitos para quem é da universidade recebeu muitas críticas, principalmente dos moradores do Jardim
São Remo. A maioria não recebe o vale transporte de seus empregadores.
Esse quadro abre a possibilidade de uma discussão mais ampla sobre o transporte urbano. Ainda que de vital importância para grande parte da população, o assunto não é prioridade do governo, seja ele municipal, estadual ou federal.
É mais fácil abaixar impostos que incidem sobre os automóveis particulares, dando ao cidadão a sensação de prosperidade pessoal ao comprar o carro próprio, do que investir no transporte coletivo.
É muito trabalhoso pensar em uma solução eficiente para desentupir as ruas e fornecer transporte eficiente para todos os cidadãos. Isso exige um planejamento complicado e sem resultados a curto prazo, o que não traz visibilidade eleitoral. Nada interessante
para quem vive por votos.
Enquanto isso, quem não é capaz de entrar no esquema carro e combustível é deixado à própria sorte. Ainda que não fosse uma obrigação da Universidade, o Circular gratuito era parte vital da rotina dos moradores do Jardim São Remo.
Com a sua extinção, essas pessoas, já tão desprotegidas pelo poder público e pelos seus contratantes, sofrem um duro golpe de uma instituição que tem como responsabilidade social auxiliá-los.
Por Odhara Caroline Rodrigues