As dificuldades para entrar no jogo
Para além da fama, a verdadeira realidade de um menino que queria jogar bola
Tantos garotos sonham em ser um jogador de futebol rico e famoso, assim como seus ídolos, mas nem tudo é glamour e luxo. Os meninos que são contratados muito cedo para se transformarem craques do futuro enfrentam muitas dificuldades no caminho.
Samuel Balbino é um desses. Começou a jogar bola aos sete anos de idade, aos dez, foi treinar pelo São Paulo Futebol Clube. Samuel morava em Bauru e é filho único de uma família humilde. No início, continuou morando e estudando na sua cidade natal e viajava algumas semanas para o centro de treinamento. Ele contou que faltava na escola por causa disso, mas conseguia atestado para eliminar suas faltas. Para ele, ficar longe de casa foi a maior dificuldade que enfrentou.
Aos treze anos, Samuel teve problemas de crescimento. Apesar de o São Paulo ter dado assistência médica, o garoto foi demitido por não acompanhar o crescimento de seus colegas de equipe.
Depois de sair do São Paulo, foi chamado para jogar no Paraná Clube. Mudou-se para lá e ficou morando no centro de treinamento. Samuel conta que não tinha salário. O time oferecia estudo, alimentação moradia e uma ajuda de custo. “As pessoas acham que você está jogando bola e está ganhando dinheiro, mas só você sabe como que é lá dentro”.
Quando o Paraná Clube enfrentou problemas administrativos, os garotos acabaram ficando sem assistência. “Eu passei fome umas duas semanas, por isso que eu saí de lá”. Apesar das dificuldades, Samuel não se arrepende.
Depois de sair do Paraná, foi contratado pelo Noroeste, aos 16 anos, foi quando começou a ganhar salário. Aconselha os garotos que sonham com a carreira a serem persistentes, estudarem sempre, ouvirem os conselhos de quem está acima e principalmente respeitarem os pais.
Samuel está feliz jogando no Noroeste e já é considerado uma revelação pelo diretor executivo. Agora ele vai disputar o Campeonato Paulista da série A-2.
Por Gabriella Feola