Dona Eva completa 40 anos de São Remo

Por
deva

Dona Eva já realizou diversos projetos sociais na São Remo

Em 2013, Eva Maria da Conceição completa 40 anos de São Remo. Também conhecida como D. Eva, já realizou inúmeros projetos sociais para a melhora da comunidade; para isso, porém, enfrentou um longo caminho. Contrariando os pais, deixou a cidade de São João do Piauí (PI) antes de completar 18 anos, com o objetivo de trabalhar; a viagem de ônibus até São Paulo durou quatro dias e quatro noites. Ao desembarcar, tomou um táxi que a levou para a Av. Faria Lima, local de sua primeira moradia.

A chegada a São Remo ocorre por volta de seus 21 anos; segundo sua descrição, havia apenas “quatro barracos, dois Fuscas e uma Brasília amarela” na comunidade. Nessa época não havia água encanada ou luz elétrica no local; era preciso buscar água no Hospital Universitário (HU) e a iluminação era à base de lampiões e velas, conforme conta.

A ideia de abrir o bar (localizado ao lado de um dos portões de acesso da São Remo) surgiu quando ficou desempregada. Ela começou vendendo churrasquinho, e depois vendendo bebidas em geral. Porém, algo a incomodava no local: o acúmulo de lixo levava à presença de ratos. Foi assim que surgiu o projeto de construção das praças que hoje cercam o bar; a construção da praça da direita teve ajuda da prefeitura da Cidade Universitária, em 2003, e a da esquerda da subprefeitura do Butantã, em 2008. Para solucionar o problema do lixo, surge a ideia da construção de uma grande lixeira. No começo, ela mesma pegava o lixo da rua e colocava lá, e aos poucos a comunidade foi adotando o local como lixeira coletiva.

Além desse projeto, D. Eva também leva as crianças da comunidade para visitar os museus da USP. Essa atividade, realizada na parte da tarde, tem como objetivo não deixar que elas fiquem rua depois de saírem da escola. O local mais visitado por eles é o MAE (Museu de Arqueologia e Etnologia), mas ela conta que já passaram por todos os museus da USP, além o Instituto Butantã.
Ela também promoveu o evento “ O verde vai invadir”, em que a comunidade recebeu grafiteiros profissionais; eles doaram as tintas e ajudaram jovens e adultos a grafitarem os muros das praças.

Por Thais Freitas

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