É a vez delas no mercado de trabalho

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Superando preconceitos, mulheres ganham confiança em cargos de predominância masculina

Job Henrique Casquel


O mercado de trabalho formal no Brasil está cada vez mais propício ao público feminino. Nos últimos 25 anos, a participação de mulheres subiu de 32,4 para 40,8%, totalizando mais de 15 milhões de empregos. Os dados são do Anuário Estatístico RAIS (Relação Anual das Informações Sociais), do Ministério do Trabalho e Emprego.

Algumas atividades ainda não parecem tão atraentes, como motorista de ônibus e taxista, mas os postos de gasolina têm se mostrado uma boa opção para as mulheres. Essa foi a escolha de Jucicleide Fatel, de 35 anos, e Elisângela dos Santos, 27. As duas são frentistas no posto de gasolina da rua Chafic Maluf, em Santo Amaro. Elas demonstram que é possível desempenhar atividades em ramos dominados por homens.

Jucicleide trabalha em postos de combustível há 16 anos. Adora a profissão, que procurou após ver mulheres em postos, numa época em que eram raras as frentistas. Ela afirma que as oportunidades cresceram muito nos últimos anos  e que nunca foi vítima de machismo, seja de clientes ou de colegas, mas alerta: “Esse é um problema que acontece em qualquer lugar.”

Elisângela tem menos experiência. Trabalha só há seis meses no ramo e também gosta do que faz. Em um semestre, aprendeu tudo com  observação e prática. Realçou que determinação é essencial para o sucesso: “Basta você querer.”

Opinião são remana

No Jardim São Remo, a iniciativa das mulheres é aprovada. Maria Aparecida da Silva, de 18 anos, vê nos postos de gasolina uma oportunidade de se obter emprego. Quando apresentada à história das frentistas, disse: “Eu tinha medo de que elas seriam desrespeitada, mas estou vendo que é diferente.”

Já Severino Ribeiro, 39 anos, superou o preconceito com as mulheres frentistas. “Quando elas começaram a surgir, eu achei estranho, não confiava. Mas elas fazem o trabalho muito bem, hoje em dia acho normal, até bom”, confessa o são remano.

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