Moradores da SR se arriscam sem ciclovias

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Ciclistas são obrigados a utilizar vias comuns e ficam sujeitos a acidentes causados por carros

Muitos moradores da comunidade São Remo vão trabalhar de bicicleta todos os dias, e podem estar sujeitos a acidentes graves pela falta de vias exclusivas para ciclistas. A região em volta da comunidade e da Cidade Universitária não conta com uma malha adequada de ciclofaixas, e quem pedala por ali é obrigado a utilizar as vias comuns, muitas vezes avenidas grandes e bastante perigosas.

Wilson, morador da comunidade, passa pela Cidade Universitária e por avenidas movimentadas, e não usa ciclovias durante nenhuma parte do trajeto. “Saio pela USP, pela rua mesmo. Não tem ciclovia não”. Outros ciclistas vão pela Av. Corifeu de Azevedo Marques, que também não conta com vias exclusivas para ciclistas.

O uso de vias comuns por ciclistas é um perigo real. Quase sempre que acontecem acidentes envolvendo carros e bicicletas há vítimas fatais, segundo Bárbara Bezerra, professora do departamento de engenharia civil e ambiental da faculdade de engenharia de Bauru
(UNESP). “O grande risco dos ciclistas compartilharem as ruas com o trânsito de veículos automotores é a diferença entre as velocidades. Uma bicicleta anda a menos de 20 Km/h e um a carro a mais de 50km/h. Um acidente nesta velocidade tem grande chance de morte”.

Bárbara dá dicas para os ciclistas que precisam transitar por vias comuns: “muita cautela, evitando ruas de alta velocidade, usar cores chamativas, sinalizar as mudanças de direção para os motoristas, e ter atenção especial nos cruzamentos”. Até o fechamento desta edição o NJSR não foi atendido pela subprefeitura do Butantã sobre projetos de construção de ciclovias na região.

Fernando Magarian

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