Poluição do Riacho Doce afeta moradores

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Acúmulo de lixo e despejo de esgoto são os principais problemas que atingem o córrego

Com acesso pela Rua Pires Brandão e pela Passagem Maria Inês Beltrão, o Riacho Doce é um córrego que já causou diversos problemas aos moradores da São Remo. Um desses problemas, que vem sendo enfrentado há mais de 30 anos, é a poluição, causada tanto pelo acúmulo de lixo, quanto pelo despejo de esgoto.

Tarcísio Miguel, morador a 15 anos da Rua Pires Brandão, afirma que tanto as casas da sua rua, como algumas na Avenida Corifeu de Azevedo Marques e as da Passagem Maria Inês Beltrão, não possuem coleta de esgoto adequada, sendo este despejado no Riacho Doce. Tarcísio afirma ainda que este problema está há mais de 30 anos sem solução. “Os moradores aqui não podem fazer nada, a prefeitura e a Sabesp tem conhecimento da situação e não fazem nada a respeito. A coleta de esgoto só chega até a Avenida São Remo”.

No entanto, o Superintendente da Unidade de Negócio Oeste da Sabesp, Milton de Oliveira alega que todas as ruas principais da São Remo, como a Cipotânea, Catumbi, Avenida São Remo, Grande Arrozal, Guianês, Baltazar Rabelo e a própria Pires Brandão, possuem rede coletora de esgoto, onde este é conduzido até a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Barueri. Porém, passagens como a Maria Inês Beltrão e as demais vielas da região não possuem rede coletora de esgoto da Sabesp por se tratarem de ocupações irregulares. “Nesses casos, as ligações são realizadas pelos próprios moradores, já que a Sabesp não tem poder de atuar nos locais não regularizados sem a devida autorização dos órgãos”, afirma o superintendente.

Quanto à questão do mau cheiro causado, o morador Tarcísio diz que não há tanto problema. “Os moradores aqui já estão acostumados com isso. E como é um rio de nascente, o cheiro geralmente é levado embora com a correnteza”. Um problema mais grave que a poluição do córrego pode acarretar são as enchentes em períodos de chuva. Segundo Tarcísio, nesses períodos o Riacho Doce costuma encher e atingir até a garagem das casas mais próximas. Em 2011, cerca de 100 barracos de madeira do Riacho Doce foram demolidos por sofrerem com as enchentes. Depois disso, a área passou a ser considerada de grande risco de ocupação.

Mesmo com todos esses problemas enfrentados, a área ainda possui barracos nas margens do córrego, que podem sofrer a qualquer momento com a cheia durante as chuvas. Seja pelo esgoto lançado, ou pelo acúmulo de lixo, por culpa dos órgãos responsáveis, ou dos moradores, a questão é que a poluição do local é um problema que ainda persiste, e os moradores devem ter cuidado ao ocuparem essa área de risco e colaborar com a preservação do local, evitando despejar lixo no riacho.

Foto: Amanda Manara

Amanda Manara

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