Jogadores contestam calendário da CBF
O movimento Bom Senso F.C. busca reformular ritmo desgastante do futebol brasileiro
O novo calendário para o futebol em 2014 liberado pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol) causou reação de vários atletas de grandes clubes brasileiros. Estes atletas se reuniram no que se chamou de Bom Senso F.C., um movimento para reivindicar a mudança do calendário esportivo de maneira a garantir férias e pré-temporada para os atletas.
Existe uma ameaça de greve dos jogadores deste grupo caso suas reivindicações não sejam atendidas pela CBF. Eles alegam que esta pouca disponibilidade de tempo de preparo para as partidas diminui a qualidade do esporte oferecido para o público.
Outras questões que o movimento trata são da representação dos jogadores nas diretorias e comissões técnicas dos clubes e do fair play financeiro, que seria uma medida que impediria clubes que contraíssem dívidas com os jogadores de participarem de jogos oficiais, uma medida muito parecida está funcionando na Europa desde 2009. Foi levantada também a questão de colocar um máximo de 7 jogos em um período de 30 dias e de dar um maior tempo entre campeonatos para permitir a recuperação e preparação dos jogadores.
Os times muito pequenos, que por isso participam apenas dos campeonatos estaduais, acabam por estar em atividade por muito pouco tempo, deixando os jogadores presos a pequenos contratos de apenas 3 meses que dificultam sua qualificação como esportistas profissionais. Estes clubes também são prejudicados por este fator, pois ficando “parados” por todo o resto do ano, dificilmente conseguem crescer e acabam presos à condição que estão.
O movimento se reuniu com o presidente da CBF, José Maria Marin, sendo representado na reunião pelos atletas Cris (Vasco), Dida (Grêmio), Juninho Pernambucano (Vasco), Seedorf (Botafogo) e Paulo André (Corinthians). O movimento conta com o apoio de figuras de fora do mundo esportivo também, como o presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Wadih Damous.
Daniel Muñoz