As máscaras do racismo
No mês da consciência negra, SR discute o preconceito
A população brasileira é reconhecida mundialmente por conta da sua diversidade étnica. Segundo o censo de 2010 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o número de brasileiros que se declaram negros se aproxima de 11 milhões. Apesar disso, o racismo ainda é um problema no país – e na São Remo não é diferente. Nos últimos anos foram feitas diversas ações para o combate à discriminação por conta da cor da pele.
A escravidão foi uma base da estrutura social brasileira e os conceitos desenvolvidos por conta dela ainda se espelham em nossa cultura. É um mal custoso de se eliminar justamente por conta do longo período em que a discriminação pela cor foi algo normal. É o que acredita a são remana Rosa de Fátima dos Santos: “é uma coisa tão antiga (o racismo) que eu acho que pra gente conseguir combater é meio difícil”.
Ione Santos Gonçalves, também moradora da São Remo, afirma que não vê um esforço do governo na luta contra o racismo, mas o reconhece como um problema grave e que deve ser combatido, principalmente, em casa. Alega que a educação fornecida por pais e responsáveis é a melhor forma de extinguir preconceitos.
Para combater o racismo, uma das unanimidades em debate na comunidade é o desenvolvimento da educação. Seja em casa ou na escola, discussões sobre o assunto devem ser realizadas. Como o preconceito racial é um problema que percorre a história do Brasil, o investimento na conscientização das novas gerações é a solução mais viável para o problema.
Em 20 de novembro comemora-se o dia da consciência negra. A data foi escolhida por ser aniversário da morte de Zumbi dos Palmares, líder do Quilombo dos Palmares e representante da luta dos negros no país.
Muitas atividades são realizadas na data, como shows, exposições e palestras, mas o dia é pouco efetivo na reflexão e no combate ao racismo, de acordo com a opinião dos são remanos.
Como tantos outros feriados, o dia da consciência negra perde seu significado perante as pessoas, estas mais preocupadas em aproveitar o dia de folga do que em realmente refletir sobre a data.
Jullyanna Salles e Marina Yukawa