A conta chega, mas a água nem sempre
Partes altas da São Remo sofrem com baixa pressão da água. Sabesp diz que tudo está normal
Em três ruas da São Remo – Cipotânea, Grande Arrozal e Pires Brandão – moradores se queixam da falta de água. Os problemas com o serviço são diversos e chegam a durar meses. Os são remanos estão incomodados e alguns já tentaram – sem sucesso – contatar a Sabesp para descobrir os motivos da escassez.
O problema afeta algumas áreas da São Remo e é dividido em partes. Determinados moradores, que pagam a conta em dia, não veem a água chegar até suas casas. Outros reclamam que a água chega muito fraca, dificultando suas atividades domésticas. E ainda há o grupo dos moradores que só conseguem obter água em períodos específicos – geralmente no final da noite.
As táticas para se virar com essa situação desfavorável são muitas. Banho de canequinha, pegar água do vizinho, estocar água em garrafas e até tomar banho na casa do namorado são utilizadas para lutar contra a escassez. O morador Luiz Martins, também conhecido como Seu Luiz, guarda diversas garrafas pet cheias de água em seu estabelecimento. Quando a água chega, ele guarda o máximo que consegue, sabendo que em breve as torneiras voltarão a ficar secas. “A situação está precária”, admitiu Luiz.
Resposta da Sabesp
Procurada pelo NJSR, a Sabesp disse que na sexta-feira, dia 28 de março, realizou uma checagem pela manhã na São Remo e constatou que as três ruas citadas pela reportagem estavam sendo normalmente abastecidas.
No entanto, a reportagem foi à comunidade na tarde do mesmo dia e verificou que as três ruas ainda sofriam com a falta de água.
Em nota assinada por Milton de Oliveira, Superintendente da Unidade de Negócio Oeste, a Sabesp também afirmou que as temperaturas elevadas durante o dia podem prejudicar o abastecimento em alguns horários. Além disso, a existência de ligações irregulares também pode interferir.
Moradores descontentes
Outro ponto citado pela empresa foi a busca por uma constante melhoria do seu serviço, o que se contrapõe ao discurso de certos moradores. Muitos disseram raramente ver funcionários da companhia na comunidade.
Élio Barbosa foi um dos que procuraram a empresa em busca de respostas: ganhou quatro protocolos, minutos em ligações com a Sabesp, mas nenhuma visita até a sua casa para que seu problema pudesse ser resolvido.
Ainda que existam ligações irregulares de água, temperaturas altas constantes e algumas residências com acesso difícil, o são remano acha injusto pagar por um serviço e não conseguir utilizá-lo. Fátima Braga é uma delas: “acho horrível esse tipo de situação. Eles (responsáveis pelo serviço) tinham que melhorar. Não se pode prejudicar quem paga a conta de água”, disse a moradora.
Vinícius Andrade