Moradoras da São Remo contam suas experiências como lideranças e mães

Por
Mariana Bastos
Laura da Silva Gonçalves
Mãe de dois filhos e uma filha e avó de dois netos, Laura tem participação ativa no Jardim São Remo. Recentemente, esteve à frente do grupo de moradores que cobraram ações da Subprefeitura no Riacho Doce, além de tentar se informar sobre os direitos dos residentes. “Procuro saber o que posso ou não fazer, saber os nossos direitos, se há maneiras de ajudar e a quem devo recorrer”, afirma.
Seu envolvimento mais profundo com os problemas da comunidade teve início há dois anos, quando ela ficou desempregada e decidiu tomar atitude.
Laura afirma que suas atitudes como liderança servem de exemplo e podem influenciar seus filhos a buscarem o bem- estar comum. Segundo ela, ajudar a comunidade é uma maneira de interferir positivamente na vida de sua família.
Para Laura, a maior recompensa são os sentimentos de utilidade e realização. “Ajudar é muito gratificante.”

Rosângela dos Santos Costa

Conhecida por sua atuação no Projeto Alavanca, Rosângela, mãe de três filhos, é uma das líderes do Jardim São Remo. Suas experiências com alfabetização tiveram início em sua própria casa, quando passou a oferecer ajuda aos filhos e colegas.
Ela conta que no início do projeto, em 2004, enfrentou dificuldades para conciliá-lo com a vida familiar, pois seus filhos eram pequenos e não contava com total compreensão do marido. “Tive problemas com o trabalho doméstico, porque comecei a me envolver muito com o projeto, queria vê-lo crescer”, disse. Hoje, Rosângela consegue coordenar os papéis com maior facilidade.
Problemas como educação de má qualidade e falta de perspectiva dos moradores da comunidade foram os principais motivadores do projeto. Ao perceber que muitos se encontram em uma situação pior que a sua, fica sensibilizada e se envolve nas causas da São Remo.

Mariana Machado Rocha

Mãe de dois meninos, Mariana é um modelo para a comunidade. A educadora vive no Jardim São Remo desde 2006, quando se mudou devido ao envolvimento com o Projeto Girassol. Inicialmente, ela trabalhou na creche e depois, no grupo de alfabetização de jovens e adultos do projeto.
Segundo ela, a educação está intimamente ligada à política. “Não existe ensino neutro, imparcial”, afirma Mariana. Além de trabalhar neste grupo, ela também é estudante de Pedagogia da USP e seguidora do método Paulo Freire.
Devido às suas atividades no dia-a-dia, Mariana tem dificuldades para encontrar tempo para cuidar de seus filhos, um com um ano de idade e o outro com três.
A moradora também participa das reuniões que visam a revitalização da Associação de Moradores do Jardim São Remo, pois acredita que a união dos habitantes da comunidade é importante para realizar melhorias sociais.

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