Novas medidas isolam a comunidade

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Junho de 2011

Universidade deveria buscar maior integração com moradores em vez de afastá-los

Felipe Gomes e Gabriel Roca

Após a morte do estudante Felipe Ramos de Paiva, no mês passado, medidas de segurança têm sido implementadas e debates realizados na Universidade de São Paulo. O Jardim São Remo, responsabilizado pelo ocorrido de forma preconceituosa, sofrerá com o fechamento dos portões em horários determinados.

Aidê Felisberto, presidenta da Associação de Moradores, afirma que 59% das famílias na SR têm pelo menos uma pessoa que trabalha na universidade e questiona a pequena retribuição oferecida pela instituição aos moradores.

O fato da USP ser pública é pouco conhecido pelos são remanos, segundo Élbio Miyahira, coordenador do projeto Girassol. Ela funciona via impostos pagos por todos os paulistanos. Assim, medidas para integrar a comunidade à universidade são necessárias.

Em vez disso, a Coordenadoria do Campus aumenta o isolamento. Isso será feito via medidas como o aumento do muro que separa os dois lados e o fechamento do portão durante a madrugada, prejudicando aqueles trabalhadores que precisam voltar mais tarde para suas casas.

A professora Vera Boholometz Henriques, diretora da Comissão de Cultura e Extensão do Instituto de Física, afirma que parcerias entre a universidade e as escolas públicas que a cercam a aproximariam do universo das crianças, criando novas expectativas de um futuro melhor para elas.

Facilitar o acesso das pessoas à USP poderia ser uma medida de segurança altamente eficaz, de acordo com a urbanista e professora da FAU, Raquel Rolnik. Tal iniciativa criaria um vínculo de respeito entre a sociedade e a universidade, permitindo com que todos possam desfrutar de suas praças e espaços públicos. Além disso, a maior circulação de pessoas dentro do campus acabaria com o problema das ruas estarem frequentemente vazias, tornandoas menos perigosas

Certamente a solução para o problema da violência não é o preconceito. Os são remanos, tanto crianças quanto adultos, devem fazer atividades físicas e educacionais na universidade para não sentirem-se excluídos e marginalizados, mas parte integrante desse grande processo.

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