Solução apresentada é insatisfatória

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Setembro de 2011
Por João Vitor Vasconcelos e Nicolas Gunkel

Apesar de terem sido aceitos os R$300,00 de auxílio aluguel propostos pela Secretaria de Habitação, aquilo que está resolvido para o órgão do governo ainda é incerto para os moradores e exmoradores do Riacho Doce, que podem enfrentar dificuldades.

“Você não encontra mais aluguel de 300 contos. Nós vamos sair da São Remo e morar onde?”. A declaração é de Maria de Lurdes Souza, cuja casa, próxima ao local dos desabamentos, encontra-se em situação de risco. “Eu amo a São Remo”, diz ela, manifestando o seu desejo de não deixar o local, onde vive há cerca de quarenta anos, em função da insuficiência do valor decidido em acordo com subprefeitura.

Lurdes, que mora com o filho e o neto, é apenas mais um entre os vários insatisfeitos. Segundo o plano da Secretaria de Habitação, o pagamento do aluguel deve ser completado com o dinheiro dos próprios atingidos.

Brivaldo Baixinho, ex-morador do Riacho Doce, teve que deixar a região há um ano. “Meu filho ia nascer e o barraco estava quase caindo”, lembra o pai de família, que continua na comunidade. Hoje ele vive com sua esposa e quatro filhos pagando aluguel de R$350,00 e acompanha de perto as discussões com a subprefeitura. Como ex-morador, Brivaldo tem direito ao auxílio proposto, mas terá que desembolsar a diferença de cinqüenta reais.

O aluguel pode ficar mais alto
Além disso, as chances de que o mercado imobiliário da comunidade se aqueça são grandes. Com mais de 100 famílias à procura de moradia, é provável que os proprietários de imóveis disponíveis aumentem o preço das locações, fato que tornaria estes R$300,00 ainda mais insuficientes.

Risco à estrutura de outras casas
As famílias do Riacho Doce que não têm direito ao auxílio aluguel temem que a derrubada dos barracos em situação de risco afete a estrutura de suas casas. Osório Hernandes de Oliveira, coordenador da Defesa Civil e responsável pela retirada dos barracos, assegura que as moradias serão retiradas com cuidado, mas ressalta que será necessária uma segunda avaliação das restantes.

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