Faturas chegam mais altas que o normal

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Outubro de 2011
Por Gabriela Stocco e Talita Nascimento

Vários moradores da São Remo têm recebido contas de energia muito altas para suas condições financeiras e padrão de consumo. Em certos casos, o valor das contas passou de R$ 200,00. Desde que os relógios de medição foram instalados na comunidade, os moradores participam do período de adaptação, também chamado de avença. Durante esse tempo, foi decidido que os novos clientes pagariam no máximo 60 reais, o equivalente ao consumo de 150 kwh por mês. Segundo Marta Aur, assessora técnica do Procon SP, o morador deve ser notificado sobre o fim da adaptação pelo menos um mês antes do término.
Ela também afirmou que a avença deve ter período e valor iguais para todos os beneficiados.Terezinha Bezerra vive apenas com seus dois netos e até abril deste ano recebeu contas no valor da avença e foi avisada que esse período acabaria em setembro. O boleto, porém, não foi entregue no mês de maio e em junho ela recebeu uma fatura de R$ 211,53.
Nos meses seguintes, Terezinha diz ter diminuído o consumo, mas continuou recebendo contas altas.Em uma reunião no Circo Escola, Terezinha foi orientada por uma funcionária da Eletropaulo a fazer um acordo parcelando em dez vezes as contas pendentes. O valor total foi de R$ 545,00. Mesmo sem condições, Terezinha agora tem que pagar mensalmente a conta mais as parcelas do contrato. Elton Júlio Garcia, funcionário da Eletropaulo, afirma que os são remanos devem procurar a Associação de Moradores antes de fa-zer um acordo, porque depois que isto é feito o cliente se compromete a pagar as faturas altas atrasadas, ainda que contenham erros. O Procon discorda desta interpretação. Caso se confirmem falhas nas contas, o contrato pode ser desfeito e a diferença reembolsada.
Maria de Fátima dos Santos também teve problemas. A conta de luz não estava em seu nome até agosto. Depois da transferência, as contas pararam de ser entregues. Em uma agência da Eletropaulo, ela retirou a segunda via do boleto de setembro no valor de R$ 173,05. Percebendo a quantia exagerada para uma casa de três pessoas, ela buscou ajuda em outras agências, mas não obteve resposta.
O problema se repete ainda com Marilena Moreira e Maria Viviane da Silva que receberam contas de R$ 98,00 e R$ 126,00, respectivamente. Ambas não são titulares da conta. Neste caso, o Procon aconselha que a fatura seja transferida para o nome do inquilino. Marta Aur ainda afirma que em comunidades como a São Remo, a concessionária de energia elétrica tem a obrigação de solucionar vários problemas, como fiação antiga e fuga de energia. “A concessionária recebe dinheiro para tanto”.
Caso isso não seja providenciado pela empresa, o cliente tem direito a reclamar na Eletropaulo e na falta de uma solução, deve procurar atendimento no Procon. Até o fechamento desta edição, a Eletropaulo não se manifestou em resposta à reportagem.

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