Alcoolismo é doença e tem tratamento
Outubro de 2011
Por Gabriel Grilo e Marta Cursino
O alcoolismo é uma doença decorrente do consumo excessivo e regular de bebidas alcoólicas. Apesar de não ter cura, ou seja, de não existir ex-alcoólatra, é possível que a pessoa se trate, se afaste do vício e volte a ter uma vida normal.
A doença agride a saúde física e mental do doente, afetando-o também nos aspectos famiiares, econômicos e sociais. Dos motivos que levam uma pessoa ao vício, estão entre os mais comuns: a busca por alívio de angústias, ansiedades e tensões psicológicas, a grande facilidade de acesso ao álcool e o sentimento de prazer gerado pelo consumo da droga. Outro fator que deve ser levado em consideração é a hereditariedade. De acordo com evidências científicas, o risco de desenvolver o alcoolismo aumentade acordo com alguns fatores genéticos, mas ainda não se sabe exatamente em quais proporções.
A doença não se manifesta de maneira imediata: costuma começar como um hábito e piora conforme sumenta a tolerância do indivíduo ao álcool, tornando as quantidades ingeridas cada vez maiores. Quando a dependência atinge um nível crítico, a interrupção brusca do consumo pode levar a crises de abstinência, que
se caracterizam, principalmente, por irritabilidade, tremores, náusea e taquicardia.
O consumo excessivo da droga pode trazer sérios danos a órgãos como o fígado, coração, pâncreas, estômago e cérebro. Aumenta também o risco de desenvolver câncer, doenças hepáticas e cardiovasculares. As consequências do abuso de álcool, no entanto, podem variar de pessoa para pessoa, de acordo com sexo e idade.
Mulheres e jovens
Para as mulheres, o alcoolismo pode ser ainda mais devastador. Sendo vítimas de preconceito, muitas sofrem isoladamenteAlém disso, segundo a psicóloga Denise da Gama Teixeira, “o organismo feminino tem um me-
tabolismo diferente do masculino, fazendo com que a mulher sofra mais rápido com as sequelas”. Ainda assim, conforme um artigo publicado pela Revista Brasileira de Psiquiatria, são os homens que têm maior predisposição a herdar o gene doente de pais alcoólatras.
No caso dos jovens e adolescentes, os efeitos da substância no organismo podem ser mais graves. Isso porque até os 14 anos, o fígado ainda não está completamente desenvolvido, sendo incapaz de metabolizar o álcool.